Oslo - Noruega
Oslo: meu ponto de partida rumo à aurora boreal
Depois de mais de um mês explorando diferentes cantos da Europa, foi em Oslo que comecei, de fato, uma nova fase da viagem — a tão sonhada busca pela aurora boreal. Como a capital norueguesa seria meu ponto de partida rumo ao norte, quis aproveitar ao máximo cada momento nessa cidade charmosa e surpreendente.
Além disso, desta vez tudo prometia ser diferente. Não só eu estava no auge do inverno, como também sabia que, a partir do dia 25 de novembro, não veria mais o sol por vários dias. Sim, essa escuridão prolongada faz parte da rotina nos países nórdicos e, para mim, era algo que sempre desejei experimentar. Já tinha ouvido falar, lido relatos e assistido a vídeos, mas agora era a hora de sentir na pele — literalmente.
A chegada e as primeiras impressões.
Chegar a Oslo em novembro foi como mergulhar direto em um cenário típico de inverno escandinavo. Os dias estavam visivelmente mais curtos, o frio já era constante, e a cidade parecia entrar em um ritmo completamente diferente — mais calmo, mais introspectivo, mas, ao mesmo tempo, cheio de pequenos encantos.
Assim que desembarquei no aeroporto, peguei o trem direto para a estação central. Tudo funcionou com a eficiência impecável que se espera da Noruega. Logo ao sair da estação, dei de cara com um cenário encantador: ruas decoradas, cafés acolhedores e uma leve camada de neve recobrindo as calçadas. Desde o primeiro momento, a atmosfera me conquistou — daquelas que só se encontram nesta época do ano.
Centro histórico, cultura e espírito natalino.
Para começar a explorar Oslo, decidi seguir pela Karl Johans Gate, a principal rua da cidade. Como ela conecta a Estação Central ao Palácio Real, caminhar por ali foi uma excelente forma de me introduzir ao estilo de vida norueguês.
Logo nos primeiros quarteirões, fui me envolvendo com o movimento: artistas de rua animando os passantes, cafés cheios de gente, vitrines caprichadas com luzinhas de Natal… Pouco depois, avistei a imponente Catedral de Oslo (Domkirke), que me chamou atenção pela fachada. Inaugurada em 1697, ela sobreviveu a incêndios, reformas e ao passar do tempo — e continua ativa, sendo palco de eventos importantes, inclusive casamentos reais.
À medida que segui o passeio, cheguei ao Parlamento Norueguês (Stortinget). Sua fachada amarela e o formato arredondado fazem dele um marco inconfundível no coração da cidade. Desde 1866, é ali que as decisões políticas do país são tomadas. Estar diante de um local com tanta história foi um daqueles momentos que marcam a memória.
Encanto natalino no Spikersuppa.
Como minha visita aconteceu no final de novembro, tive a sorte de encontrar a feira de Natal no parque Spikersuppa já em pleno funcionamento. E que surpresa maravilhosa! O parque estava iluminado por milhares de luzes, com barraquinhas de comidas típicas, uma pista de patinação animada e até uma roda-gigante.
O ar estava tomado por aromas irresistíveis de canela, chocolate quente e salsichas grelhadas. Sem exagero, era impossível não se deixar levar por aquele clima natalino acolhedor, que parecia aquecer até os dias mais gelados.
Teatro Nacional e tradição norueguesa.
Mais adiante, passei pelo belíssimo Teatro Nacional. Do outro lado da rua, ao lado do elegante Hotel Continental, encontrei o histórico Teatercaféen. Um lugar tradicional, frequentado por artistas, intelectuais e personagens excêntricos da vida cultural norueguesa.
Entrei, sentei um pouco, e admirei o ambiente: caricaturas nas paredes, um quarteto de cordas tocando discretamente, e aquele ar boêmio sofisticado que só um local com tanta história pode ter.
O Palácio Real e o Slottsparken.
Seguindo pela Karl Johans Gate, a caminhada terminou no imponente Palácio Real de Oslo, situado no alto da avenida. A construção, iniciada em 1825 e finalizada em 1849, é hoje a residência oficial do rei Harald V e da rainha Sonja.
Embora eu não tenha entrado, fiz questão de assistir à troca da guarda, que acontece diariamente às 13h30. A cerimônia é breve, mas repleta de simbolismo e tradição. Ao redor do palácio está o Slottsparken, um parque belíssimo e arborizado. Caminhei entre esculturas, trilhas e árvores altas, até encontrar um banco com vista para a cidade. Fiquei ali por um tempo, respirando fundo e absorvendo cada detalhe do momento.
No fim do dia, voltei à feira de Natal no Spikersuppa. Com um chocolate quente nas mãos e um sorriso no rosto, encerrei meu primeiro dia em Oslo com aquela sensação de estar exatamente onde deveria.
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Fiordes, arte e arquitetura moderna
Na manhã seguinte, acordei animado. O segundo dia começaria com um dos passeios mais esperados da viagem: um cruzeiro pelos fiordes de Oslo. E o melhor: feito a bordo de um barco elétrico, silencioso e sustentável, o Vision of The Fjords.
Ópera de Oslo: um ícone à beira do fiorde
O ponto de embarque do barco ficava bem em frente à espetacular Ópera de Oslo, que por si só já é uma atração imperdível. O prédio moderno, que lembra um iceberg flutuando, possui uma rampa que permite subir até o telhado. Claro que eu subi — e a vista de lá é simplesmente de tirar o fôlego, com a cidade de um lado e o fiorde do outro. Um verdadeiro cartão-postal.
Cruzeiro pelo fiorde: natureza e história em harmonia.
Finalmente, o barco partiu e a experiência começou. Durante 1h30, navegamos por águas calmas e geladas, passando por ícones como a Fortaleza de Akershus, a Prefeitura de Oslo, e bairros modernos como Aker Brygge e Tjuvholmen.
No caminho, também avistamos o farol da ilha Dyna e o Museu FRAM, dedicado às expedições polares. A bordo, tudo era extremamente confortável: o interior era aquecido, com poltronas espaçosas, bebidas quentes, vinhos e sanduíches. Para completar, havia um guia por aplicativo, que explicava cada ponto da rota. Isso deixou tudo ainda mais especial.
Tarde cultural: do Parque Vigeland à Aker Brygge.
De volta ao centro, a tarde foi dedicada à arte e à contemplação. Comecei pelo imenso Parque Vigeland, onde estão espalhadas mais de 200 esculturas criadas por Gustav Vigeland. Cada uma delas retrata emoções e fases da vida humana — da infância à velhice. Caminhar por ali foi quase meditativo. O silêncio, o ar gelado e as expressões das estátuas criavam uma atmosfera introspectiva.
Depois, segui caminhando rumo à Aker Brygge Promenade. Atravessei bairros residenciais tranquilos até chegar ao moderno calçadão à beira-mar. Atualmente, Aker Brygge é um dos bairros mais vibrantes de Oslo, cheio de cafés estilosos, lojas modernas e arquitetura contemporânea.
Logo ao lado está Tjuvholmen, onde fica o Museu Astrup Fearnley, projetado pelo renomado arquiteto Renzo Piano. Entrei para ver as exposições e me deparei com obras ousadas de artistas como Damien Hirst e Jeff Koons. Mesmo quem não é fã de arte contemporânea provavelmente vai se impressionar — seja pelo acervo ou pela localização privilegiada à beira do fiorde.
Encerrando no Centro Nobel da Paz
Antes de finalizar o dia, fiz minha última parada no Centro Nobel da Paz. Esse museu interativo conta a história de Alfred Nobel e homenageia os premiados com o Nobel da Paz. Andar por aquelas salas foi inspirador. A cada história, uma nova reflexão surgia sobre o impacto que ações individuais podem ter no mundo.
Mais uma vez, retornei à feira de Natal, como se quisesse guardar na memória aquele clima único de Oslo. Com vinho quente na mão, música ao vivo ao fundo e aquele frio reconfortante no ar, senti que a cidade havia deixado sua marca em mim.
Agora, é hora de seguir rumo ao norte. A próxima parada? A casa do Papai Noel. Que venham mais aventuras geladas.
E, quem sabe, a tão esperada aurora boreal.