Finlândia - Rovaniemi
Rovaniemi: uma viagem mágica ao lar do Papai Noel.
Depois de explorar a encantadora Oslo, era hora de seguir viagem rumo ao grande objetivo: caçar a tão sonhada aurora boreal.
No entanto, antes de encarar essa jornada, eu precisava realizar um outro desejo. Conhecer a cidade do Papai Noel. Tudo havia sido planejado com antecedência, e cada detalhe parecia estar sob controle. No entanto, como acontece em muitas boas aventuras, nem tudo saiu como o esperado.
A jornada até Rovaniemi acabou se transformando em uma verdadeira saga.
Um início atribulado: o caos até o aeroporto
Acordei bem cedo, pronto para pegar o trem até o aeroporto. Estava animado e um pouco ansioso, pois sabia que, a partir dali, a viagem ganharia um novo ritmo. Assim que cheguei à estação central, percebi que o trem apresentava um atraso de cerca de 10 minutos. Até então, nada que realmente preocupasse.
Porém, poucos minutos antes de chegarmos ao aeroporto, o trem simplesmente parou. Ficamos ali, por cerca de 30 minutos. Nesse momento, o clima já começava a mudar. Embora eu ainda tivesse uma boa margem de tempo, a apreensão começou a tomar, principalmente porque algumas pessoas já estavam perdendo o voo.
Logo em seguida, veio o anúncio oficial: o trem retornaria para a estação de Lillestrøm e, de lá, a companhia providenciária táxis. A partir desse momento, o caos se instalou. Na estação havia muita gente, poucas informações disponíveis e quase nenhuma organização. Depois de cerca de 20 minutos de espera, empurra-empurra e muita confusão, finalmente consegui um voucher junto com outras três pessoas.
Fomos em direção à saída da estação, onde a situação só piorava. As pessoas falavam em norueguês e, para piorar, quase ninguém conseguia se comunicar em inglês. Os táxis eram poucos e extremamente disputados. Em determinado momento, uma das pessoas do meu grupo simplesmente saiu correndo sem dar nenhuma explicação. E lá fui eu atrás, puxando minha mala no meio da multidão.
Ao chegar ao estacionamento, vimos uma van prestes a partir, e todos queriam embarcar. Após uma série de discussões e tentativas, consegui convencer o motorista de que as três pessoas do meu voucher já estavam a bordo. Com isso, fui o último a entrar. Finalmente, depois de mais de uma hora e meia de atraso, estávamos a caminho do aeroporto. Aqueles 25 minutos pareciam os mais longos da viagem até então.
Um voo atrasado, uma conexão apertada e… mais um susto
Já praticamente conformado com a ideia de ter perdido o voo, fui até o balcão de check-in para confirmar. Para minha surpresa, descobri que o avião também estava atrasado. O motivo era o acúmulo de gelo no aeroporto de Helsinki. Por um lado, isso era uma sorte. Por outro, surgiu uma nova preocupação: o risco de perder a conexão para Rovaniemi.
O voo que originalmente deveria sair às 8h decolou apenas às 9h30. Considerando os horários, se tudo corresse perfeitamente bem, eu teria menos de 40 minutos para fazer a conexão. Quando o avião pousou, restavam apenas 30 minutos, corri como um maluco pelo aeroporto. No final das contas, deu certo. Fui o último passageiro a embarcar. Um verdadeiro alívio! Contudo, como você já pode imaginar, a novela ainda não tinha terminado.
A saga da mala perdida
Ao chegar em Rovaniemi, fui direto para a esteira de bagagens, com a esperança de finalizar aquele dia turbulento. No entanto, a notícia que me esperava parecia completar o ciclo de desafios: minha mala não havia sido embarcada. Dirigi-me ao balcão de atendimento, preenchi a documentação necessária e fui informado de que ela seria entregue no dia seguinte. Respirei fundo e fui descansar, torcendo para que tudo se resolvesse logo.
Porém, no dia seguinte, a mala não chegou. Diante disso, resolvi ir pessoalmente ao aeroporto procurar por ela. Ao chegar, percebi que a situação era ainda mais complicada do que imaginava. Havia pouquíssimos funcionários disponíveis e, para piorar, a área de retirada de bagagens ficava dentro da zona de desembarque — onde o acesso é restrito.
Fiquei esperando próximo à porta e, por sorte, quando uma pessoa saiu, consegui sinalizar para uma funcionária. Ela compreendeu meu pedido, e veio me receber na porta, alguns minutos depois, eu estava com minha mala nas mãos. Que alívio! Ainda bem que, por precaução, sempre levo comigo uma mochila com o essencial para dois dias — afinal, enfrentar -15°C sem roupas apropriadas seria um verdadeiro pesadelo.
Enfim, Rovaniemi!
Após essa verdadeira maratona, finalmente pude aproveitar a cidade de Rovaniemi. Localizada no norte da Finlândia, bem no coração do Círculo Polar Ártico, a cidade parece ter saído de um conto de fadas. Além de ser conhecida como a residência oficial do Papai Noel, ela oferece paisagens cobertas de neve, cultura lapã e, claro, experiências mágicas.
Um dos fenômenos mais impressionantes da região é a noite polar. Acima do círculo polar ártico entre os dias 26 de novembro e 11 de janeiro, o sol simplesmente não nasce. Isso mesmo, durante esse período, o mundo parece mergulhar em um eterno crepúsculo.
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A mágica da Santa Claus Village
Com o grande objetivo da viagem realizado, era hora de viver outro sonho: visitar a Santa Claus Village. E que experiência encantadora! O lugar é cheio de construções em madeira, luzes natalinas, neve por todos os lados e, claro, o bom velhinho — sempre pronto para receber visitantes do mundo inteiro.
O momento mais marcante, sem dúvida, foi atravessar a linha do Círculo Polar Ártico. Para mim, aquilo teve um significado profundo. Como se eu tivesse cruzado para um novo mundo, onde o tempo e a luz seguem regras próprias. Já tinha experimentado o “sol da meia-noite” no Ártico canadense. Agora, vivia o oposto: a noite eterna.
Além disso, a vila abriga o correio oficial do Papai Noel, onde é possível enviar cartões postais com carimbo do Polo Norte. Também há lojinhas de artesanato local, souvenirs e cafés super aconchegantes. É verdade que o lugar é turístico, no entanto, também é genuinamente mágico.
Descobrindo mundos novos
Rovaniemi não é apenas um destino de inverno. Na verdade, é uma experiência que toca o nosso imaginário, nos reconecta com a infância e reacende a capacidade de sonhar. Para quem busca mais do que paisagens bonitas — e quer viver momentos que ficam para sempre na memória, este é, sem dúvida, o lugar ideal.
Mesmo depois de realizar o sonho de ver a aurora boreal, eu sabia que a viagem estava longe de acabar. Agora, era hora de seguir para Tromsø, no norte da Noruega. Considerada a capital mundial da aurora boreal.
A aventura continua. Porque, no fundo, viajar é isso: descobrir mundos novos. E Rovaniemi foi, sem dúvida, um dos mais mágicos que já conheci.